demora por consulta

Pacientes reclamam da demora no atendimento no PA do Bairro Patronato

Thays Ceretta

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O Pronto Atendimento municipal do Bairro Patronato atende casos de urgência e emergência

A demora no atendimento em serviços de Urgência e Emergência é uma reclamação recorrente em Santa Maria. Na semana passada, o Diário recebeu ligações de leitores que relataram este tipo de problema no Pronto Atendimento (PA) do Bairro Patronato. Ao chegar no local, o paciente passa pela triagem, onde são verificados os sinais vitais, neste momento, fica sabendo também por quanto tempo deve esperar pela consulta, a chamada Classificação de Risco. A espera máxima é de até quatro horas, de acordo com a tabela do Ministério da Saúde, porém, segundo os pacientes, tem pessoas que acabam aguardando mais tempo.

- Eu fui acompanhar minha namorada que estava com o pai dela no PA, eles esperaram duas horas para serem atendidos, mas encontrei um amigo que me disse que estava lá com o filho dele de 5 anos, há 8 horas esperando por uma consulta, ele chegou às 13h e era 21h e não tinham sido atendidos. Além deles, tinha um senhor esperando há oito horas, isso não tem cabimento, as pessoas ficam ali sem comer. Tudo bem que urgência tem prioridade, mas nove horas de prioridade na frente de crianças e idosos? Não tem fundamento - contou indignado o motorista Anderson Reghelin, 36 anos que ao presenciar esta situação entrou em contato com o Diário por telefone.

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Conforme a coordenadora de Urgência e Emergência do município, Sandra Hertz, a demora no atendimento tem ocorrido em função do excesso de pacientes que têm procurado o PA do Patronato, em número muito superior ao registrado no mesmo período do ano passado, por exemplo. Sandra informa que não há falta de profissionais e que o PA tem atendido com dois médicos de plantão no PA Adulto e, pelo menos, um no PA Infantil (em alguns horários, há mais de um médico trabalhando na área infantil).

De acordo com a coordenadora, em torno de 80% dos pacientes que procuram o local são demandas que poderiam ser atendidas na Atenção Básica (em Unidades Básicas de Saúde e Estratégias de Saúde da Família).

Além disso, na maioria dos dias, todos os leitos de internação adulto e infantil (12 em cada) estão ocupados. Esses pacientes ficam internados, em média, cerca de nove dias, o que demanda que, diariamente, esses pacientes sejam reavaliados por um dos médicos plantonistas (são pedidos exames, feita reavaliação, entre outras atividades), o que demanda a atuação do profissional. Ainda, há pacientes em observação, que também são avaliados diariamente. Também são atendidos pacientes em surto psiquiátrico e outros que permanecem em respirador até que se consiga vaga em UTI, o que demanda os médicos do local.

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Ainda, há os pacientes que chegam até a Sala de Emergência, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Bombeiros ou de forma particular. Esses pacientes recebem a cor vermelha e são atendidos imediatamente, não havendo, nesse caso, demora no atendimento. A Classificação de Risco é realizada pela equipe de enfermagem no caso, por uma enfermeira capacitada. 

- A cor é comunicada ao paciente e, dependendo da classificação, eles já são avisados que pode demorar o atendimento (pode haver a reavaliação do paciente, durante a espera, e a cor ser modificada). Pacientes vermelhos e amarelos têm prioridade no atendimento, em relação aos verdes e azuis, que, no caso, são os pacientes que deveriam ser atendidos na Atenção Básica. Como o PA do Patronato trata-se de uma Unidade de Saúde que atende Urgência e Emergência, casos emergenciais e pacientes internados que apresentem alguma intercorrência, têm prioridade. A maior demanda de pacientes é durante a tarde e à tardinha, pela manhã, o movimento no PA do Patronato tem se mantido tranquilo - disse Sandra. 

Na tarde desta segunda-feira, o Diário foi até o PA para conversar com os pacientes que aguardavam atendimento. A diarista Maristela Flores Simões, 48 anos, chegou às 8h15min com o filho, o adolescente Dionathan Flores Simões, 17 anos. Às 19h, ainda aguardava pelos resultados dos exames, feitos ainda pela manhã.

- Não sou só eu, tem várias pessoas na mesma situação aqui. Eu tenho uma menina de 3 anos em casa, que tive que deixar com a minha comadre durante o dia até meu marido retornar do trabalho para poder ficar com ela. Meu filho já consultou, mas estamos até agora sem saber o que deu - comentou Maristela.

Às 17h, 30 pacientes de classificação verde (pouco urgente), oito azuis (não urgente) e um amarelo (urgente) aguardavam atendimento, sendo que, ao longo do dia, 40 pessoas desistiram de esperar e foram embora.


Critérios para atendimento na emergência: 

Critério                       Cor                            Situação                                                     Prazo de atendimento

Emergência                Vermelha                  Risco de morte                                          Imediato

Muito urgente             Laranja                     Ameaça as funções e órgãos                    Instantâneo - até 10 minutos

Urgente                      Amarela                    Necessita de atendimento rápido              Rápido - até hora

Pouco Urgente           Verde                        Baixo risco de agravo à Saúde                 Aguardar por até duas horas

Não Urgente               Azul                          Sem risco                                                   Aguardar até 4 horas  

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